quinta-feira, 27 de setembro de 2018

A ditadura da ideologia de género

O que esta ideologia defende é que ser homem ou mulher é uma construção social e não depende do sexo com que nascemos. Como dizia Simone Beauvoir “Ninguém nasce mulher, torna-se mulher”. As consequências da propagação na sociedade desta ideia, aparentemente simples, são incríveis.
George Orwell na sua obra prima 1984, descreveu de forma exemplar este fenómeno de revisionismo histórico. O protagonista do livro é um funcionário do Ministério da Verdade e tem como função alterar toda a história para garantir que o Estado nunca se engana. Por exemplo, se as previsões de produção de um determinado bem falharam, todos os arquivos são revistos para ou diminuir ou igualar a previsão, garantindo assim que a produção ou foi excedida ou foi exatamente a prevista pelo Governo. O argumento para desclassificar os atos homossexuais como uma patologia segue o mesmo racional de revisionismo histórico. Tipicamente é apontado que desde os anos 70 a homossexualidade deixou de ser doença. Convém recordar que o que aconteceu foi que através de uma votação muito disputada a Associação de Psiquiatras Americanos deixou de classificar a homossexualidade como uma doença (que diria Einstein deste extraordinário método cientifico?). Ou seja, somos obrigados a aceitar que a partir desta decisão tomada por votação tudo o que até então era verdade passou a mentira, e que os próprios que votaram contra esta decisão e continuam a não acreditar devem ser desconsiderados. Relativamente à alteração de linguagem e conceitos, pego novamente no livro 1984. O Estado tinha inventado a “novilíngua” com dois objetivos: limitar a liberdade e influenciar o pensamento. Uma língua em que a mesma palavra podia ter significados opostos (e.g. negrobranco) e outras que assumiam significados opostos ao original (veja-se o lema do partido “Guerra é Paz, Liberdade é Escravidão, Ignorância é Força”). Uma das ideias base da “novilíngua” era de que aquilo que não podia ser descrito por palavras deixava de existir. O exemplo mais claro da utilização desta tática no âmbito da ditadura da ideologia de género é é a passagem da palavra “sexo” para “género”. O sexo refere-se à parte biológica, o género à construção social. Outro exemplo passa pela utilização de adjetivos a classificar conceitos objetivos (e.g. “casamento tradicional”; “família tradicional”), permitindo assim pressupor que há mais variáveis para os mesmos conceitos. São incontáveis os exemplos de alteração da linguagem devido à ideologia de género (há pouco tempo descobri que as pessoas que se identificam com o seu sexo são “cisgénero”). Esta aberração está na base do inclusivo “Hello Everybody” no metro de Londres em detrimento do discriminatório “Ladies and Gentleman”, garantindo assim uma comunicação mais neutra e menos suscetível aos que não sabem o que são mas que sabem que não são nem Mulheres nem Homens. 3. Doutrinação das massas, Por fim a doutrinação das massas. Na marcha LGBT deste ano a própria secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade afirmou a estratégia do governo: “(…) não chega só mudar a lei, é necessário ter educação para a cidadania nas escolas”. A educação para a cidadania não é mais do que doutrinar os jovens para a aceitação da ideologia de género. Doutrina-se que é totalmente igual uma pessoa que tem atração pelo sexo oposto e a que tem pelo mesmo sexo. Que tudo o que dá prazer é bom. Fomenta-se a descoberta desordenada da sexualidade, confundem-se as crianças e desconsidera-se o papel dos pais na educação dos filhos por troca do pai Estado. Na Alemanha o caso Dojan vs Alemanha é revelador deste poder do Estado. O caso remonta à década passada no qual vários casais impediram os seus filhos de participar nas aulas de educação sexual por ir contra as suas crenças cristãs. Os filhos tinham entre 6 e 10 anos. O casal Dojan não queria que a filha de 10 anos participasse numa peça de teatro denominada “O corpo é meu”. Foram condenados. Outro casal também envolvido no caso recusou-se a pagar a multa e foi preso. Considerou o tribunal alemão que o papel do Estado “(…) não é limitado à transmissão de conhecimentos mas também dirigido à criação de cidadãos emancipados e responsáveis (…) evitando a formação de “sociedades paralelas” motivadas por formação religiosa ou ideológica” (pág. 5 – tradução livre). A sentença confirmada em 2011 pelo tribunal Europeu dos Direitos Humanos. Os sinais estão todos aí e são evidentes. Estão reunidos todos os ingredientes necessários para a implementação da ditadura de pensamento. Foi assim com o nazismo e é assim com o comunismo (que infelizmente ainda mexe). A tentativa de hegemonia de pensamento do grupo dominante sobre os dominados é clara. Não basta votar para dizer que vivemos numa sociedade livre, essa é apenas uma das expressões de liberdade, as restantes estão a ser combatidas pelos promotores da ideologia de género. 
Leia o artigo integral aqui.

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